Com início em 25 de junho, pesquisas servirão para embasar uma Nota Técnico-Científica sobre a Provisão Potencial do Serviço de Polinização no Estado de São Paulo
O núcleo do desafio temático de Agricultura e Serviços Ecossistêmicos do Biota Síntese iniciou uma síntese sobre polinizadores. Em um primeiro encontro, ocorrido em 25 de junho no Departamento de Ecologia da USP (Campus Butantã, São Paulo – SP), foi apresentada uma primeira versão da Nota Técnico-Científica sobre a Provisão Potencial do Serviço de Polinização no Estado de São Paulo.
Esta nota técnico-científica traz um modelo espacialmente explícito da provisão potencial de polinização baseado em uma estrutura de oferta, fluxo e demanda, além de valorar o serviço para a produção agrícola do estado de São Paulo. Desenvolvido no âmbito do Biota Síntese, o modelo poderá ser aplicado na gestão ambiental do estado de São Paulo, auxiliando a embasar políticas públicas para uma atividade agrícola mais sustentável e também lucrativa. Essa síntese está fundamentada em um processo de coprodução entre academia e secretarias, tendo como proposta identificar possíveis instrumentos estaduais que se beneficiarão do modelo e ações relevantes para iniciar uma aplicação piloto.
Este primeiro encontro contou com a participação de representantes da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (SEMIL); da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA); da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); do Instituto de Pesquisas Ambientais de São Paulo (IPA); além de pesquisadores vinculados à Universidade Estadual de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar). Os presentes foram divididos em dois Grupos de Trabalho (GT) para desenvolver duas aplicações práticas do modelo exposto na Nota Técnico-Científica, além de aperfeiçoar o documento.
O primeiro GT tem como objetivo criar uma seção no Plano Estadual de Adaptação e Resiliência Climática (PEARC) sobre a vulnerabilidade da polinização apresentando um mapeamento das três principais ameaças ao serviço: mudanças climáticas, mudanças no uso do solo e o uso de agrotóxicos. O objetivo é localizar as áreas do estado com alta biodiversidade que, ao mesmo tempo, apresentam grande vulnerabilidade devido a essas ameaças.
O segundo GT irá se debruçar sobre o Setor Produtivo. O escopo da aplicação incluirá a implementação de um projeto piloto para a promoção do manejo integrado da polinização. Essa ação envolve o manejo da estrutura da paisagem e do cultivo para favorecer os polinizadores, além do manejo dos próprios polinizadores. O grupo pretende abordar as cadeias produtivas do café, morango e/ou pêssego.
por Pedro Duarte
Formado em Jornalismo pela FAAP, está cursando a pós-graduação em Jornalismo Científico pelo Labjor Unicamp. Faz estágio no Biota Síntese por meio da bolsa Mídia Ciência de Jornalismo Científico concedida pela FAPESP.