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Além da abordagem colaborativa e do foco em soluções baseadas na natureza, os diferentes grupos de síntese serão integrados diante de um desafio mais amplo, as mudanças climáticas, que impacta todos os desafios temático abordados. Como a atuação destes grupos será sempre no formato de coprodução de ideias e soluções, valorizando tanto o conhecimento científico como a experiência técnica e as práticas de atuação, estas soluções têm uma alta probabilidade de serem transformadas em ações e políticas públicas no âmbito do governo estadual.

Desafio 1 : Sustentabilidade e uso eficiente das terras

  • Atividade 1: Revisão da literatura sobre os principais preditores da distribuição de espécies de polinizadores
  • Atividade 2:Levantamento dos registros de ocorrência dos polinizadores nativos a partir de bancos de dados de ocorrência de espécies de acesso livre
  • Atividade 3:Implementação de modelos preditivos de distribuição dos polinizadores levantados nas atividades anteriores
  • Atividade 4:Delimitação de áreas prioritárias para o manejo dos serviços de polinização para a conservação da biodiversidade e agricultura e formulação de instrumentos de gestão pública
  • Atividade 5: Aplicar os modelos a cenários de mudanças climáticas e uso da terra e formular instrumentos de gestão associados

No estado de São Paulo, seis dos dez cultivos mais rentáveis são dependentes dos serviços de polinização (Giannini et al. 2015), tais como soja, café e laranja, e seu correto manejo pode representar um incremento na ordem de R$ 4 bilhões no valor da produção anual paulista.

A polinização também é essencial para a preservação da diversidade biológica em áreas naturais e áreas verdes urbanas, contribuindo indiretamente com a qualidade de vida de populações humanas. No entanto, mudanças climáticas, uso de agrotóxicos e ocupação inadequada dos espaços rurais e urbanos podem comprometer a polinização, uma vez que essas atividades levam a homogeneização das paisagens, uma das principais causas de declínio das comunidades de polinizadores (Stein, Gerstner, and Kreft 2014; Viana 2012).

Para garantir a provisão a longo prazo dos serviços de polinização de forma a contribuir com a conservação da biodiversidade, o aumento de qualidade de vida humana e uma produção agrícola sustentável, propomos utilizar modelos de base científica para identificar práticas ambientalmente mais amigáveis aos polinizadores. Isso envolve o manejo territorial mais eficiente, o estabelecimento de Unidades de Conservação (UCs) e outros tipos de uso da terra (tais como SAF ou cultivos mais amigáveis, intercalando monoculturas) e a manutenção dos serviços de polinização em um contexto de mudanças climáticas. Essas práticas podem subsidiar o desenvolvimento de políticas públicas com diretrizes claras para o planejamento de áreas protegidas e gerenciamento do uso da terra a médio e longo prazo (Mastrangelo et al. 2014; Steffan-Dewenter et al. 2007; UNEP 2011).


Desafio 2 : Restauração de paisagens florestais e economia de base florestal

  • Meta 1:Revisão de literatura sobre a multifuncionalidade de diferentes tipos de uso da terra
  • Meta 2: Revisão da literatura sobre os fatores que impactam as demandas pela restauração de ecossistemas nativos e geração de produtos florestais
  • Meta 3: Compilar as informações disponíveis (bancos de dados, mapas, sistemas)
  • Meta 4: Levantamento de políticas públicas, instrumentos legais e programas privados para a restauração de ecossistemas nativos e produção florestal
  • Meta 5: Harmonizar a estrutura dos bancos de dados espaciais
  • Meta 6: Aprimoramento e integração de bases de dados geoespaciais sobre a Flora Paulista nos sistemas estaduais de gestão ambiental

São Paulo concentra um dos maiores déficits de vegetação nativa de acordo com a Lei de Proteção da Vegetação Nativa, estimados em 700.000 hectares para Áreas de Preservação Permanente e 865.000 hectares de Reservas Legais.

Por outro lado, o Estado possui as maiores áreas contínuas da Mata Atlântica e algumas das maiores áreas de plantações de eucalipto, pinus e seringueira, bem como condições adequadas para a expansão de outras espécies comerciais de árvores. Torna-se necessário hoje unir esses dois extremos por meio da restauração de paisagens florestais, que é uma abordagem poderosa para integrar restauração, conservação e silvicultura em paisagens degradadas e desmatadas (Chazdon et al. 2017).

Essa abordagem pode ajudar os produtores rurais a cumprir a legislação e, consequentemente, obter vantagens de mercado associadas à certificação, acordos setoriais com demandas ambientais e melhor acesso aos serviços financeiros rurais, além de melhorar a prestação de serviços ecossistêmicos críticos para a produção agrícola e o bem-estar humano, como polinização de culturas, proteção do solo, purificação de água e mitigação das mudanças climáticas, e para conservar a biodiversidade rica e altamente ameaçada do Estado (Joly et al. 2010). O reflorestamento com espécies comerciais também pode constituir uma nova atividade econômica no Estado, contribuindo para a geração de produtos florestais madeireiros e não madeireiros a partir de espécies nativas e espécies exóticas valorizadas pelo mercado, sendo um uso atraente da terra para as vastas áreas marginais para a agricultura mecanizada, que têm sido abandonadas ou mantidas com pecuária extensiva após a rápida expansão da cana-de-açúcar no Estado. O estabelecimento de florestas de uso múltiplo, que permitam a obtenção de renda pelos produtores rurais ao mesmo tempo em que forneçam serviços ecossistêmicos essenciais para a sociedade, é certamente um caminho promissor.

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